Betito e o ganso
Louco ímpar. Díspar. USP, 1979, janeiro quente.
Uma fila enorme de inscrição para cursos alternativos dentro de Letras. Eu (louca como tantos outros) na fila para tupi-guarani.
Uma cena bizarra: Betito (ele sempre foi chamado assim, acho que nem tinha mais nome), um garotão de seus 19 anos, jeans largo, camisa branca com botões abertos, alpargata rueda e uma coleira com guia. Na coleira o que??? UM GANSO. Branquinho, aprumado, bem do lado.
Onde ia Betito, lá estava o ganso. No banheiro, no refeitório, nos shows do Beto Guedes, na Poli, nas piscinas...sempre os dois, unidos e combinados
como feijão com arroz.
Isso faz tempo, mas nenhum de nós perguntou ao Betito "POR QUE ESSE GANSO PRA CIMA E PRA BAIXO?". Interessantissímo ressaltar que o ganso do Betito (ô loko), só parava mesmo pra ouvir o Arnaldo Antunes recitar poesias em cima do banco, com aquela cara de maluco, com suas calças em tecido cru, com bata combinando, sandalhões e olhos atentissimos aos movimentos do... ganso.
Lembro com certa importância que nenhum de nós pegou seu diploma: tupi-guarani, sânscrito, hebraico ou latim eram linguas para pessoas normais...rs
Soraya
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